UX (User Experience) ou Experiência do usuário, em português é uma disciplina muito em alta que ganhou popularidade e crescimento junto à evolução e maturidade digital das empresas.
Embora não seja um conceito novo, foi nos últimos anos em que a demanda por UX cresceu drasticamente por empresas e profissionais não só no Brasil como em todo o mundo.
Neste artigo vamos entender tudo sobre o conceito e como você pode aprender e colocar em prática os princípios desta disciplina.

O que é User Experience (UX)?
User Experience, como o próprio nome já diz, é a forma como as pessoas interagem com um produto ou serviço, seja no ambiente físico ou digital. Basicamente é tudo o que diz respeito à experiência e interação que um usuário tem com seu produto.
Uma definição que gosto bastante é do próprio Don Norman, a pessoa responsável por popularizar este termo. Norman trabalhou na Apple e popularizou o termo ainda na década de 90 pois acreditava que alguns termos como “interface de usuário” e “usabilidade” traziam limitações ao entendimento completo do conceito. Ele fala sobre UX neste vídeo:
A Apple, sem dúvida, é uma das empresas que melhor entende deste assunto no mundo e procura utilizar as boas práticas de UX em todos seus produtos, sejam hardwares ou softwares. Quem teve a experiência de comprar um Macbook ou iPhone sabe do que se trata.
Por que UX é importante?
UX importa muito pois ajuda o cliente a ter uma jornada mais fluida, leve e satisfatória com seu produto ou serviço, fazendo com que esta experiência seja transformada em maior retenção (ou taxa de recompra), indicações, cross-sell, upsell e assim por diante.
Ou seja, em última instância, UX está ligada ao crescimento e a sustentabilidade de um negócio no médio e longo prazo. E, apesar do conceito não estar somente ligado a produtos digitais, foi com o crescimento de negócios digitais nos últimos anos que a experiência do usuário ganhou ainda mais força.
Um exemplo do dia a dia
Imagine que você teve seu cartão de crédito bloqueado por motivos de segurança em dois bancos, no mesmo dia.
a) O Banco 1 oferece uma opção no aplicativo para você desbloquear a senha, mas para completar a transação é necessário que você vá até um caixa eletrônico ou então finalize o processo com seu gerente numa agência bancária.
b) O Banco 2 oferece uma opção no aplicativo para você desbloquear a senha apenas fazendo algumas perguntas-chave no app e enviando uma foto sua com seu documento. O processo todo leva em torno de 2 a 3 minutos.
Qual experiência para o usuário você considera melhor?
A segunda, é claro. Você resolverá o problema do cliente de forma muito mais rápida e com menor fricção possível. Isso também é UX.
Onde a Experiência do Usuário atua?
A extensão de um trabalho de UX vai muito além de melhorar uma determinada página num site, por exemplo. Como Don Norman explica, UX vai permear toda a jornada de compra de um usuário com um produto ou serviço (e isso vai desde um contato inicial até o pós venda).
E é claro, você deve imaginar o quão desafiador pode ser um trabalho desses e, ao mesmo tempo, o quão apaixonante pode ser, já que o profissional desta área poderá transformar a relação e percepção dos clientes com o negócio.
Quais são as áreas de UX?
Dentro do campo de UX existem várias áreas de atuação, dentre as quais, destacamos:
- UX Research: Área responsável pela pesquisa e planejamento sobre o comportamento dos usuários.
- Information Architect: Arquitetura da Informação (em português) é a área responsável por organizar e rotular sites, intranets, comunidades on-line e softwares para apoiar a usabilidade e a encontrabilidade das informações.
- UX Deleveloper: envolve tanto o desenvolvimento quanto o design de experiência do usuário e é uma peça chave para conectar os times de desenvolvedores e designers.
- UX Writing: Otimização de conteúdos em texto para melhor experiência do usuário em todos os pontos de contato com sua marca.
- UX Design: desenvolvimento de ações com foco no usuário com o objetivo de melhorar sua experiência e satisfação com o produto/empresa.
- UI Design: O design de interface é a atividade responsável por criar interfaces mais amigáveis ao usuário.
- Product Designer: responsável por ter foco prático em pesquisas e em negócios, tendo uma visão completa de todo o processo.
- Usabilidade: conjunto de regras e boas práticas que tem como objetivo tornar uma ação específica mais compreensível, amigável e satisfatória para o usuário.
UX é centrado no usuário
Deu para perceber a extensão deste campo, certo? Justamente por abranger toda a jornada do usuário, esta é uma área multidisciplinar.
Por isso, é bastante comum que pessoas que trabalhem nesta área atualmente, tenham backgrounds diversos, como:
- design gráfico
- programação
- psicologia
- design de interação
Os profissionais de UX tendem a ser verdadeiros “guardiões” dos usuários, mantendo suas necessidades no centro de todos os esforços de design e desenvolvimento.
Carreira em UX
Devido a uma combinação de vários fatores, o mercado brasileiro vive um momento único na área de UX. Com o crescente número de negócios digitais, grandes investimentos de venture capital em startups e a transformação digital em curso por muitas empresas, a busca por profissionais qualificados nesta área explodiu.
Ao fazer uma rápida pesquisa em sites como o Linkedin e outros sites de recrutamento, você verá que a área está extremamente aquecida. Como faltam profissionais qualificados no mercado, há uma “guerra” em busca de talentos e a consequência natural é uma inflação de salários no mercado como um todo.

Para saber mais sobre a carreira em UX, seus desafios, oportunidades e como começar (ou migrar) para esta área, nós fizemos um bate papo muito rico no Podcast Next Level com dois profissionais da área: Fabio Michelan (UX Engineer no Google) e Fernando Sergio (Product Designer na Mlabs). Confira abaixo:
Salário em UX
No momento em que escrevo estas linhas, o salário médio de um UX Designer no Brasil é de R$ 5.300,00, segundo o site da Glassdoor.

Como esta é uma média nacional, não é difícil encontrar vagas pagando mais nos grandes centros urbanos.
Vagas Internacionais
Outro movimento que vem acontecendo nos últimos anos no Brasil é a procura por profissionais qualificados de UX para trabalhar em empresas estrangeiras. Por conta da desvalorização do real nos últimos meses, empresas de outros países passaram a recrutar talentos brasileiros oferecendo uma atrativa remuneração em dólar ou euro, por exemplo.
Esta é uma tendência natural e deverá continuar abrindo portas para profissionais brasileiros qualificados que falam outros idiomas, como o inglês e espanhol, sobretudo.
Como Aprender mais sobre UX?
Se você deseja conhecer mais e se aprofundar nesta área, existem vários caminhos e fontes para você. Confira algumas delas:
Artigos e Sites
Livros
- O design do dia a dia
- Não me faça pensar
- Sprint. O Método Usado no Google Para Testar e Aplicar Novas Ideias em Apenas Cinco Dias
- Inspirado: Como Criar Produtos De Tecnologia Que Os Clientes Amam
- HOOKED (ENGAJADO): Como construir produtos e serviços formadores de hábitos
Canais no Youtube
Podcasts
Ainda em podcasts, gostaria de destacar um papo que tivemos com o Fabio Michelan, UX Engineer no Google sobre o tema:
Essas fontes todas são caminhos iniciais de conteúdo, mas para aprender UX de verdade é preciso aplicar os conhecimentos na prática. Para isso, uma das melhores alternativas é construir um portfolio pessoal com alguns cases.
Você poderá propor novas soluções para negócios já existentes, mesmo que não tenha sido contratado(a) para isso, apenas para exercitar e aprender com as várias etapas do processo de um trabalho em UX. Com certeza esse aprendizado e portfolio será muito valioso para uma entrevista de emprego ou mesmo um projeto real no futuro.
Concluindo
Numa era em que a tônica dos negócios se baseia na centralidade no cliente, a área de UX se tornou ainda mais importante para o crescimento das empresas. Como vimos, apesar de não ser uma área nova, foi nos últimos anos que a experiência do usuário entrou de vez no radar das empresas como atividade-chave para o atendimento das necessidades dos clientes.
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