Se você leva o otimização de sites e o Marketing Digital a sério então você deveria saber mais sobre o RankBrain do Google. Nunca ouviu falar? Ou já viu mas não entendeu muito bem? Esse artigo vai mostrar a você o que é esse sistema, como ele funciona e como ele pode impactar seus resultados em suas estratégias de SEO.
Para se ter uma ideia de sua relevância, um engenheiro sênior do próprio Google afirmou que o RankBrain já é o terceiro fator mais importante no algoritmo. Acho que isso deve ser o suficiente pra que você preste mais atenção a isso.
O que é o RankBrain?
Ainda em 2015 o Google anunciou que começaria a utilizar um novo sistema com o objetivo de tornar as buscas ainda mais relevantes aos usuários e, a esse sistema, deu o nome de RankBrain.
O RankBrain é um sistema baseado num campo da Inteligência Artificial denominado Machine Learning, ou Aprendizado de Máquina.
Na busca por aperfeiçoar o buscador e torná-lo cada vez mais eficiente na resposta das pesquisas dos usuários o Google realiza atualizações e melhorias constantes em seu algoritmo. E sempre fez isso utilizando material humano, os engenheiros da empresa.
Tente imaginar o grau de complexidade para que um algoritmo consiga identificar milhões de buscas diferentes diariamente e consiga apontar os melhores resultados ao usuário dentre uma imensidão de páginas possíveis.
O time de engenheiros do Google foi extremamente competente ao longo dos anos nessa empreitada utilizando apenas humanos nessa tarefa. Calma. Isso não quer dizer que para cada busca no Google teria um humano por trás buscando e oferecendo uma resposta – até porque isso seria impossível. O que quero dizer é que o time do Google desenhou um algoritmo poderosíssimo capaz de responder muito bem às buscas dos usuários.
Mas chegou a hora de aperfeiçoar ainda mais esse processo. E é aí que entra o RankBrain.
Como funciona o RankBrain?
Vamos entender o funcionamento do RankBrain com um exemplo prático. Imagine que um usuário faça uma busca pela pelo termo: “Local da Copa do mundo”
Por trás de uma busca como essa há uma intenção do usuário. Qual seria a intenção real?
- A qual copa do mundo essa busca se refere? Futebol? Vôlei? Natação?
- Em qual ano ela se refere?
- Seria a Copa do Mundo de futebol de 2018? Ou algum outro ano (anterior ou posterior?)
- Ou ainda será que essa busca estaria relacionada ao histórico de localizações de todas as Copas do Mundo realizadas desde o início?
No caso de minha busca, veja o resultado:
O Google entendeu que essa busca se relacionava à Copa do Mundo de Futebol da Fifa que foi realizada na Rússia em 2018.
Mas por que o Google me mostrou esse resultado e não nenhum outro?
Vamos entender: Na prática o RankBrain é um sistema que vai interpretar uma busca do usuário por meio de vários sinais possíveis e retornar o melhor resultado dentro de um contexto específico. Vamos entender melhor:
Na verdade ninguém sabe exatamente quais são esses sinais que o RankBrain utiliza, mas temos algumas pistas, por exemplo:
- Links Externos (quantidade e qualidade)
- Links Internos
- Engajamento com o conteúdo (tempo na página, taxa de saída, etc)
- Recência do conteúdo
- Localização do usuário
- Autoridade do Domínio
- Tópicos Relacionados
- Profundidade do conteúdo
O sistema vai interpretar a intenção de busca do usuário e utilizar possivelmente esses e outros sinais para oferecer o melhor resultado de busca. Tudo isso em milissegundos. Wow!
Esses sinais mudam de acordo com a busca. Dependendo da busca, podemos dar mais peso a alguns itens e menos a outros.
Ex. Busca: “O que está passando no cinema?” ou “Qual filme ver no cinema?”
A intenção dessa busca do usuário mostra que ele está querendo saber quais filmes estão passando no cinema HOJE (não que passaram há algum tempo atrás ou filmes que nem foram lançados ainda).
Provavelmente numa busca como essa o RankBrain daria maior peso aos seguintes sinais:
- Recência do conteúdo (ou seja, se foi publicado há pouco tempo)
- Engajamento com o conteúdo (significa que o usuário passa um tempo maior na página – pode ler a sinopse, assistir ao trailler e coisas do tipo),
- Localização (um cinema de São Paulo pode não estar exibindo os mesmos filmes que um cinema no interior do Tocantins, por exemplo)
- Tópicos relacionados, (ex. filmes em alta – quando escrevo esse artigo um dos filmes em alta no cinema é o Star Wars: Os Últimos Jedi) – o Google sabe que as pessoas estão buscando sobre ele, portanto, se o seu site não está falando nada sobre esse filme é provável que você não apareça como um resultado relevante na busca pois o RankBrain vai considerar tópicos relacionados como um sinal importante nesse tipo de busca.
Veja o resultado:
Dessa maneira, de nada adiantaria um resultado ter milhares de links externos, ter um conteúdo profundo e ser brilhante na linkagem interna se for um resultado que mostre um filme antigo, por exemplo, O poderoso chefão.
Deu pra entender a complexidade? O buscador precisa entender o contexto e a intenção daquela busca para dar o melhor resultado possível. Num tipo de buscas como essa é essencial contar com o auxílio do RankBrain.
RankBrain – Aprendizado constante e evolução contínua
A grande sacada é que, como se trata de um sistema de machine learning, o algoritmo vai aprendendo ao longo do tempo e trará buscas cada vez mais relevantes aos usuários. Cada busca realizada é uma oportunidade do algoritmo aprender alguma coisa nova.
O algoritmo é capaz de rodar testes para verificar que tipo de resultado está engajando mais o usuário para determinados tipos de buscas e, com base nisso, aperfeiçoar as entregas. Nem sempre isso acontece em tempo real, mas depois de realizados diversos testes (e verificado os melhores resultados) o algoritmo é atualizado.
Como o RankBrain pode influenciar nos resultados de SEO?
Como vimos, o RankBrain na verdade analisa uma série de fatores para avaliar quais resultados devem aparecer ao usuário após entender sua intenção de busca.
Nesse sentido, em que você deveria prestar atenção? Separei 3 itens para ficar de olho:
1-) Pesquisa de Palavras-chave e otimização para o “conceito”
2-) Redução da taxa de Bounce e Aumento do Tempo de permanência no seu site
3-) Fique de olho em sua CTR (Click Throug Rate ou Taxa de Cliques)
1-) Pesquisa de Palavras-chave e otimização para o “conceito”
Até há alguns anos atrás, você poderia ter duas páginas bastante parecidas em seu site que se referia basicamente à mesma coisa que o Google poderia rankear bem ambas.
Na verdade nada impede que você faça isso até hoje, mas o algoritmo em sua versão Hummingbird está muito mais “inteligente” no campo da semântica. Isso significa que você não precisa criar duas ou três páginas com basicamente a mesma palavra-chave (alterando apenas alguns detalhes) uma vez que o Google entenderá se você inserir esses conceitos numa única página (desde que seja muito bem feita).
Vamos a um exemplo prático. Imagine que você queira criar um site sobre dietas e quer criar páginas relacionadas à palavra-chave: Dieta da Proteína. Veja os resultados do Planejador de Palavras-chave.
Nesse caso, em vez de você criar uma página no seu site para cada termo desse, você poderia criar uma única página para o termo principal “dieta da proteína” e, a partir dela, trazer todas as demais derivações relacionadas a ela.
Mas, para isso, é bom lembrar que você tenha uma boa profundidade no conteúdo para que a estratégia surta efeito. Caso contrário, não verá resultados.
Quando você faz isso de forma bem feita, o RankBrain fará dezenas, centenas e até milhares de conexões com outras palavras e termos relacionados e sua página poderá ser relevante para eles.
Isso é o que chamo de otimizar para o “conceito” e não apenas criar várias páginas para palavras-chave semelhantes. O RankBrain entenderá que essa sua página pode ser rankeada para vários outros termos relacionados ao termo principal.
2-) Redução da taxa de Bounce e Aumento do Tempo de permanência no seu site
Apesar disso não ser uma novidade, é importante reforçar a importância disso em tempos de machine learning.
O que significa para o Google se um usuário passar um bom tempo no seu site?
Se o Google fosse um humano ele falaria algo como: “Ótimo! Esse resultado de busca parece ser muito bom para o usuário. Quanto mais tempo ele passa no seu site, melhor, pois posso entender que você deve estar entregando um ótimo resultado àquela determinada busca dele“.
Pesquisando no Google, segue o significado da taxa de rejeição:
Nossa missão como profissionais de SEO é acompanhar essa taxa e buscar estratégias para minimizá-la. Por que? O gráfico abaixo responde.
Fonte: backlinko.com
Quanto menor a taxa de bounce, melhor a posição no Google.
Quer dizer que o Google usa a taxa de bounce rate como um pilar central em seu algoritmo? Não.
No entanto, testes feitos por empresas especializadas em SEO como a Moz obtiveram essa correlação de resultados. Portanto, fiquemos atentos!
Outro dado super importante é o tempo do usuário no seu site.
Fonte: Moz.com
Quanto maior o tempo de um usuário (engajamento) no site, melhor a posição no Google.
Aqui um ponto importante é a profundidade do conteúdo. Se você tem um blog com certeza o engajamento do usuário e o tempo que ele passa no seu site é algo que o RankBrain levará em consideração. Provavelmente você não conseguirá um bom engajamento com artigos de 300 palavras.
Lembre-se do exemplo da dieta da proteína. Sempre que for escrever sobre um tópico procure extrair o máximo de ideias possíveis para que possa ter um conteúdo profundo e que agregue valor ao usuário. Somente dessa forma (e com essa maneira de pensar) você conseguirá aumentar o tempo do usuário em seu site.
3- Fique de olho em sua CTR
Se você é um anunciante do Google Adwords ou de algum outro sistema de tráfego pago como o Facebook ou Linkedin Ads você deve estar familiarizado com o termo CTR. CTR em inglês é o Click Through Rate ou Taxa de cliques (número de cliques sobre o número de impressões).
Resumidamente: No tráfego pago, quanto maior a taxa de CTR, mais relevante é o anúncio para determinada busca. E quanto melhor o CTR, melhor a taxa de conversão no site (seja uma compra ou um contato).
E como melhorar a CTR no tráfego orgânico (SEO)?
Algumas dicas:
3.1-) Melhore (MUITO) sua oferta
Analise seu site e suas principais páginas. Faça testes A/B e altere imagens, cores, textos, chamadas principais. Na prática nem sempre isso é tão simples de ser feito, ainda mais se você tem um pequeno negócio sem uma equipe especializada para fazer isso. No entanto, estamos falando de SEO e das novas regras do jogo com o RankBrain, então seja obcecado por isso de maneira que consiga aplicar melhorias e testar continuamente para ver que tipo de resultado você consegue. Se necessário, contrate um especialista no assunto.
Com uma oferta muito melhor, é possível que:
- Os usuários passem mais tempo no seu site
- Suas taxas de conversão melhorem
O RankBrain pode utilizar esse sinal do tempo no site, por exemplo, e inserir o seu site na frente de um concorrente.
3.2-) Estude Copywriting
O poder das palavras. Copywriting é poderoso e deveria ser estudado e aplicado por todo e qualquer profissional de marketing sério.
Entender como montar frases impactantes, atiçar a curiosidade do usuário e utilizar vários gatilhos mentais são atividades rotineiras de quem lida com copywriting.
Entender sobre neurociência também conta muito! Na internet você encontra muito material bom sobre copywriting. Um livro incrível que não fala exatamente sobre copywriting mas sobre persuasão e influência é o clássico de Robert Cialdini chamado As Armas da Persuasão. Se você ainda não leu, recomendo muito!
Com títulos atraentes em suas páginas você pode fazer com que seu site obtenha mais atenção e cliques de seus usuários, o que resultará em taxas melhores de CTR.
3.3-) Invista na sua marca
A força de marca sem dúvida é um fator muito relevante ao falarmos de CTR. Um exemplo prático: Fiz a seguinte busca: “Como reduzir gastos“. Veja os resultados.
Quais sites provavelmente os usuários têm maior probabilidade de clicar mais? O site da Exame e do GuiaBolso, sem dúvida! Ambas são marcas reconhecidas (além de estarem nas primeiras posições).
Traduzindo em miúdos: O ideal é que o usuário conheça sua marca ANTES de fazer uma pesquisa no Google.
E como fazer com que as pessoas conheçam mais sobre sua marca?
Algumas ideias:
1- Marketing de conteúdo incrível
Invista no marketing de conteúdo. Ao ter um conteúdo relevante, muitos potenciais clientes podem tomar contato com sua marca durante a jornada de compra e a reconhecerem num segundo momento numa busca no Google por termos relacionados ao seu negócio, por exemplo. Se possível, invista em diferentes formatos:
- Textos no Blog
- Vídeos (entrevistas, tutoriais, apresentações, webinars, etc)
- Infográficos
- Pesquisas
- Ferramentas (planilhas, calculadoras, etc)
Após a produção outro item tão ou mais importante é a divulgação desse conteúdo. Algumas práticas de divulgação incluem:
- Anúncios patrocinados no Facebook
- E-mail Marketing
- Mídias Sociais
- Sites parceiros
- Assessoria de Imprensa
2- Facebook Ads / Google Adwords Display
Investir em anúncios pagos no Facebook Ads e Google Adwords Display podem lhe ajudar, além de aumentar as conversões (seja um formulário de contato ou compra) a também tornar sua marca mais reconhecida no seu segmento.
Mesmo que um usuário não clique no seu anúncio, ele estará vendo sua marca em sua timeline ou num outro site. O alcance pode ser grande mesmo sem investir grandes somas de dinheiro nesses canais.
Estudos do próprio Facebook e outros canais provam um aumento nas taxas de conversão tanto em tráfego orgânico e pago quando as marcas realizam investimentos em branding.
Fonte: moz.com
Conclusão
Com essas informações em mãos, espero que você possa ter entendido melhor sobre o funcionamento do RankBrain.
Agora é com você!
Pense na sua estratégia de SEO e, principalmente, como gerar mais valor ao público que você deseja atrair. Com isso você terá o combustível certo para traçar estratégias e melhorar esses pontos que comentamos no artigo.
Por qual você vai começar? Deixe seu comentário, adoraria saber o que você achou!
Fontes: